De novo voltei a minha atenção e vi toda a opressão que ocorre debaixo do sol: Vi as lágrimas dos oprimidos, mas não há quem os console
Por isso considerei os mortos, mais felizes do que os vivos, pois estes ainda têm que viver!
No entanto, melhor do que ambos é aquele que ainda não nasceu, que não viu o mal que se faz debaixo do sol.
Descobri que todo trabalho e toda realização surgem da competição que existe entre as pessoas. Mas isso também é absurdo, é correr atrás do vento.
O tolo cruza os braços e destrói a própria vida.
Melhor é ter um punhado com tranqüilidade do que dois punhados à custa de muito esforço e de correr atrás do vento.
Descobri ainda outra situação absurda debaixo do sol:
Havia um homem totalmente solitário
É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas.
Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se!
E se dois dormirem juntos, vão manter-se aquecidos. Como, porém, manter-se aquecido sozinho?
Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem defender-se. Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade.
Melhor é um jovem pobre e sábio, do que um rei idoso e tolo, que não mais aceita repreensão.
O jovem pode ter saído da prisão e chegado ao trono, ou pode ter nascido pobre no país daquele rei.
Percebi que, ainda assim, o povo que vivia debaixo do sol seguia o jovem, o sucessor do rei.
O número dos que aderiram a ele era incontável. A geração seguinte, porém, não ficou satisfeita com o sucessor. Isso também não faz sentido, é correr atrás do vento.